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Mania de cutucar escoriação psicogênica

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Quem nunca espremeu ou cutucou a pele por uma espinha, que atire a primeira pedra! Apertar-se é um comportamento muito comum com início já na puberdade, afinal os hormônios em constante oscilação propiciam muitas modificações fisiológicas, inclusive espinhas e outras irregularidades na pele. Mas qual é o momento de parar de se apertar?


Se não há um limite e você quer sempre um pouquinho mais, vale a pena entender melhor este comportamento impulsivo, a ponto de provocar lesões na pele em diferentes partes do corpo chamado de escoriação psicogênica e não mais escoriação neurótica, também conhecido como Skin Picking, a mania de se cutucar. O comportamento é considerado patológico quando se torna habitual ou crônico trazendo sentimento de vergonha, disfunção ou prejuízo social, como por exemplo deixar de ir à praia em razão as feridas e manchas espalhadas em toda a pele.


Passar um tempão no banheiro a ponto de perder a noção do tempo e quando se dá conta, lá se foi quase uma hora ou muito mais. Cutucar a pele com uma conduta auto-lesiva, quer dizer, há uma repetição no ato de tocar, cutucar, perfurar, coçar, arranhar ou escoriar a pele. Pode utilizar-se além dos dedos, alfinetes, facas, clipes e lâminas, causando muitas vezes lesões notáveis com infecções secundárias ou cicatrizes profundas de modo intensivo e repetitivo, ocasionando o aparecimento de feridas leves e profundas, cicatrizes e descolorações na pele.


A maior parte dos indivíduos acometidos é do gênero feminino, a estimativa populacional ainda é desconhecida, sabe-se porém que 2% de pacientes que frequentam clínicas dermatológicas sofrem da escoriação nerurótica. Segundo Azambuja (2009) as escoriações decorrem para aliviar o estresse não de uma neurose, mas de um processo mental particular cuja energia é desviada para um gesto impulsivo e repetitivo de esfregar, coçar, arranhar ou arrancar a pele. Para Martelli (2008), a escoriação é caracteriza pelo impulso autoprovocado das lesões, sendo essa a chave do diagnóstico diferencial entre esse comportamento e a doença de pele, dermatite factícia.

Situações que causam o aumento de tensão, ansiedade, pensamentos de autocrítica, tristezas, momentos ociosos, ou o puro prazer em se cutucar motivam a pessoa começar e não saber ao certo a hora de parar em se espremer e a procurar por imperfeições na pele de modo repetido e frequente. Inconscientemente, a emoção passa a ocupar na pele, uma expressão física, as marcas registram as experiências vividas ali em forma de cicatrizes. Para os autores, as autolesões marcam o espaço de uma ferida física e também psíquica, tornando a ferida a totalidade física e emocional, pois no momento em que agride a pele libera a tensão presente no ato, diferentemente de uma doença de pele isolada.



O tratamento inclui avaliação de dermatologista e acompanhamento psicológico através da psicoterapia. Para melhor direcionamento e intervenções psicoterápicas, deve-se aprofundar na compreensão do sofrimento psíquico, considerando seus aspectos de personalidade, seu estado de consciência e aceitação de seu quadro patológico.

Os pacientes com escoriação psicogênica assumem que lesionam a própria pele. Este reconhecimento favorece a inserção desses pacientes em atendimentos psicoterápicos de diferentes modalidades, incluindo a obtenção de possíveis benefícios com a psicoterapia breve. Como critério de indicação para a psicoterapia dinâmica breve, por exemplo em razão da queixa focada para este problema específico.

Azambuja, R.D. (2009). Prurido Psicogênico e Escoriações Neuróticas. In: RAMOS, M. & CASTRO, S.M.C.R. Fundamentos de Dermatologia. São Paulo: Atheneu 

Martelli,A.C. Ipele [online]. 2006.Dermatoses psiquiátricas.São Josédo Rio Preto: [update 2006 utubro 11; citado 2008 maio 13]. Disponívelem:http:// www.ipele.com.br/livro/capítulo. Acesso em: 13/09/2013.

Tratamento da Anorexia

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Um distúrbio alimentar que se inicia na adolescência, aanorexia– um distúrbio alimentar em que a pessoa se recusa em se alimentar  por se perceber excessivamente gorda – são: baixa tolerância a frustrações e a suportar mudanças, estar muito preso emocionalmente (dependente) a familiares, podendo vivenciar internamente medo de crescer e assumir responsabilidades de uma vida adulta. Tem associação com outros transtornos mentais como a depressão, transtorno obsessivo compulsivo TOC; comportamentos ritualísticos em relação a comida e corpo.   

O tratamento requer a reintrodução gradativa dos alimentos para evitar desde a sobrecarga cardíaca a interferência na autoimagem e possibilitar recaídas. Há casos em que se torna imprescindível a internação hospitalar em decorrência da gravidade. Até o momento, segundo meio científico não há medicação específica para a anorexia nervosa. Medicamentos antidepressivos podem ajudar a aliviar os sintomas depressivos, compulsivos e de ansiedade. Em geral, o tratamento desses pacientes exige o trabalho de equipe multidisciplinar, ao menos: nutricionista, psiquiatra e psicólogo.

Muitos são os blogs de meninas com anorexia que defendem a doença como estilo de vida, pensando nisso, divulgo história de uma mulher com anorexia que luta para que meninas não vivam a doença como estilo de vida.



Entrevista, concedida a jornal inglês em dezembro de 2012, refere que ao invés de sentir pena de si mesma, a russa Valeria Levitin diz que sua silhueta emagrecida deve ser um duro sinal de alerta para as meninas que querem silheutas finas como palitos e aderem a anorexia como escolha e estilo de vida. O que é mais preocupante é que Valeria, diz receber cartas de fãs, de meninas desesperadas para copiar sua aparência esquelética. A mulher de 39 anos disse ao jornal “The Sun”: "Tenho recebido e-mails de meninas que querem que eu as ensinem a ser como eu”. 

“Todas as cartas e correspondências que recebi são de mulheres, principalmente na faixa dos vinte anos, que me vêem como uma espécie de inspiração." 

Como resultado, ela se encorajou para falar sobre sua condição e fazer campanha contra a anorexia - e diz que ela se recusa a ensinar às jovens como morrer. Valeria, que desenvolveu seu distúrbio alimentar quando era adolescente, escolheu falar sobre como a doença arruinou sua vida. Disse que quer compartilhar sua história para evitar que outras pessoas sejam vítimas do mesmo destino, e diz que a anorexia fez dela uma pessoa “solitária, não atraente e repulsiva para as pessoas ao meu redor ".

Ela acredita que as raízes de sua condição estão no relacionamento
com sua mãe, que temia profundamente que Valeria iria crescer e ser obesa como seus parentes. Mesmo quando criança, sua dieta foi cerceada. Valeria era pesada frequentemente para garantir que ela não tivesse ganhado qualquer peso, tal era a disposição e ímpeto de sua mãe pela perfeição.

Aos 16 anos, e psando 63Kg, Valeria mudou-se para Chicago com seus pais. Desesperada para se enturmar em uma nova escola, ela pensou que se ela perdesse peso, ela seria aceita e gostariam dela. Como resultado, ela restringiu ainda mais a sua dieta, cortando o açúcar e carboidratos.
A ironia é que hoje, depois de ter cortado certos alimentos por tanto tempo, seu corpo é intolerante a eles e não poderia processá-los, mesmo se quisesse. Quando um colega fez um comentário cruel sobre a aparência de Valéria, ela ficou ainda mais determinada em perder peso.

Ela disse: “Nós estávamos jogando futebol e durante o jogo, um homem disse – Eu sei como podemos vencer, nós precisamos colocar a bunda grande da Valéria no gol. – Aquilo acabou com meu mundo inteiro.”
Até ela alcançara os 23 anos, o manequim de Valéria havia despencado de um saudável tamanho 40 (12 inglês) a um bem menor, equivalente a tamanho 34 (6 inglês).

Ter decidido tornar-se uma modelo tornou a situação ainda pior,

pois ainda lhe foi dito que ela era gorda demais para ter sucesso. Ao passo que seu peso continuou a cair, com 24 anos e pesando apenas 38 Kg, ela foi proibida de dançar por preocupações que ela poderia se machucar.

Ao longo dos dez anos seguintes, ela passou por mais de 30 especialistas de saúde, apesar de ter uma vez caído para um peso perigosamente baixo de 23,5 Kg. Hoje, mesmo se ela quisesse comer certos alimentos, ela seria incapaz disto.

Muitos alimentos têm de ser evitados, pois seu corpo não os tolera mais. Faz tanto tempo que ela não come pão que ela sequer se lembre de qual o gosto.

Sua doença também tornou sua vida muito solitária. Solteira há uma década, ela diz que os relacionamentos são difíceis, pois ela é incapaz de fazer as coisas que os casais normais fazem, como ir a restaurantes.

Agora, ela acredita que ela não pode ser curada simplesmente passando por médicos, sendo que ela nunca ganhou peso ao passar por especialistas. Em vez disso, ela diz que o problema é mais sobre a 'falta de harmonia entre corpo e alma ".

Hoje Valeria toma suplementos para combater o risco de contusões e evita situações em que ela possa cair. Acredita que a solução poderia estar em mudar-se de volta para Moscou - onde ela se sente mais à vontade com ela mesma - e tentar alcançar seu sonho de ser mãe através de uma barriga de aluguel concedida.

Pois o incentivo de querer uma criança pode ser um gatilho para ficar saudável novamente, diz ela. É algo que ela sente que pode fazer se ela conseguir ficar saudável. "Eu adoraria ter uma família, porque eu sinto que tenho muito para dar. Mas, obviamente, não seria certo ter um bebê quando estou doente. Não seria justo com a criança. Eu quero enfrentar a anorexia. Eu nunca desisti de nada na minha vida e eu não estou prestes a desistir agora ".

link da entrevista, http://www.dailymail.co.uk/health/article-2250422/Frightening-words-4st-anorexic-Valeria-Levitin-gets-FAN-MAIL-shes-thin.html

tratamento de gagueira

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Após a descoberta da fala, de sua apreensão e emprego ela pode surgir, não escolhe em quais crianças irá aparecer, por isso a informação e o esclarecimento sobre a gagueira é uma forma de desmistificar o estigma que envolve ainda hoje zombaria e olhares estranhos.

Se gagueja por quê se pensa mais rápido do que se fala? Não! Segundo o Instituto Brasileiro de Fluência - IBF, a velocidade das informações corre em  400 km/h na sinapse elétrica de um neurônio para outro. Portanto, a velocidade do pensamento não pode ser a causa da gagueira, porque todo mundo pensa mais rápido do que fala, mas nem todo mundo gagueja. 

Há dois tipos de gagueira, a patológica e a natural sendo em ambos os casos mais comum em meninos.

A tartamudez, CID-10 F98.5, conhecida popularmente como gagueira patológica é um distúrbio adquirido causado por uma falha nos chamados “núcleos da base” do cérebro por não conseguirem se ajustar adequadamente ao tempo de duração de sons ou sílabas, gerando alongamentos, bloqueios ou repetições. Sendo persistente, com maior e menor gravidade à crônico, de origem genética e/ou orgânica.

A gagueira natural não costuma persistir por mais de seis meses em média, segundo a literatura, geralmente aparece entre os 2 ou 4 anos ou entre 7 e 10 anos de idade. Oscilando sua apresentação em diferentes situações e intensidade, some no canto e se faz presente durante a comunicação quando a criança se sente intimidada, seja pela pouca receptividade do interlocutor ou pela emoção que sente em relação ao tema em questão.

As pessoas gagas não são mais propensas a serem nervosas. Os fatores psicológicos podem agravar a gagueira, crianças gagas podem apresentar ansiedade, insegurança, timidez e/ou baixa auto-estima para falar, em razão da reação de terceiros e das consequências que a gagueira traz no cotidiano.

Tendo em vista que a ocorrência da gagueira é involuntária, tratamento costumava ser indicado apenas se o problema persistia após a idade pré-escolar, já que a gagueira tende a desaparecer espontaneamente. Seu tratamento em geral é realizado com avaliação inicial fonoaudiólogo e no segundo momento do psicólogo.

O fonoaudiólogo especializado em gagueira avaliará o risco da gagueira se tornar crônica. Fatores de risco incluem: a criança ser do sexo masculino, a existência de outros familiares com gagueira, a ocorrência de complicações durante o parto (prematuridade, baixo peso ao nascer, hipóxia), ocorrência de traumatismo craniano com perda temporária da consciência, dentre outros. Somente um profissional especializado saberá avaliar adequadamente o risco para gagueira.

O psicólogo entra na segunda fase, dando suporte ao acompanhamento fonoaudiólogo, pois a criança na intenção de trabalhar e minimizar o receio e o medo de errar, ampliar a disposição em lidar com as adversidades, zombarias dos colegas e baixa estima. Quem gagueja não apresenta, necessariamente, algum problema psicológico e nem terá que se submeter obrigatoriamente a uma psicoterapia, entretanto o acompanhamento auxilia a potencializar e aprimorar habilidades e assim, obtém maior eficiência e apropriação dos resultados adquiridos em conjunto com o fonoaudiólogo.

Na maioria das crianças, a gagueira melhora espontaneamente em até 1 ano após o aparecimento dos primeiros sintomas, segundo o IBF. Entretanto, os pais não têm como saber de antemão quais as chances de ocorrer melhora espontânea com seu filho. Por isso, é fundamental realizar uma avaliação especializada para saber se é mais alta a chance de a gagueira melhorar espontaneamente ou persistir.

Psicoterapia de casal

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A terapia de casal ou terapia conjugal é a possiblidade de realizar psicoterapia com o(a) parceiro(a), realizado pelo psicólogo que se atém ao foco das dificuldades específicas que surgem nesta relação, auxiliando o casal a reestabelecer a harmonia da relação.

Crises em um relacionamento podem desestruturar uma relação, mas também conduzem à profundas transformações, compete a cada parceiro convocar seus reais desejos e prioridades estabelecendo estratégias e meios de alcançá-los.

Ao expor a dificuldade da relação, cada participante fala de si, de suas expectativas e frustrações com relação ao outro. Com a mediação do psicólogo, o trabalho se inicia para estabelecer um canal de comunicação e reflexão em que cada parceiro passa a se identificar no conflito, e assim, a repensar nas mudanças necessárias a si no âmbito individual e para a relação também, que pode ser o namoro, o casamento, onoivado ou amasiado.


As razões para buscar a terapia de casal geralmente são dificuldades... sexuais; emocionais; infidelidade; violência doméstica; inabilidade para lidar com o estresse; divergências de valores para com a educação com os filhos, carreira, cuidados coma casa, dinheiro, dentre outros.

O primeiro atendimento é realizado na presença do casal, assim o psicólogo tem a visão geral do conflito, e consegue compreender melhor a postura de cada parceiro. Posteriormente, mediante a queixa, o profissional pode definir se o casal virá às sessões em conjunto ou separado, alternadamente ou vice-versa conforme a questão a ser trabalhada.

Os atendimentos têm duração de aproximadamente uma hora por semana. A psicoterapia de casal não tem duração pré-determinada, seu tempo e andamento são influenciados pela natureza da queixa; a disposição e empenho de seus participantes em melhorarem a si na relação; a profundidade das mágoas e desilusões; aspectos emocionais e cognitivos de cada um. A considerar as variáveis acima, a terapia de casal tem uma duração mínima de aproximadamente de quatro meses, tempo de duração menor quando comparada à psicoterapia individual, por exemplo.


Os benefícios da psicoterapia de casal ocorrem ao passo que o casal passa a melhor identificar seus objetivos em comum, na comunicação, na partilha das responsabilidades e cooperação, a minimizar e diluir a competição compreendendo melhor as necessidades do parceiro, na satisfação e qualidade da relação sexual.


Orientação Vocacional

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Orientação vocacional é indicada para aqueles que têm dúvidas sobre qual carreira profissional gostaria ou deveria seguir, bem como para profissionais que gostariam de mudar de área, seja por não terem se realizado no exercício de uma profissão, seja por não terem conseguido uma colocação profissional almejada.

Para percorrer o caminho da escolha de modo seguro, o mais indicado é através da orientação vocacional, afinal começar um curso profissionalizante ou uma faculdade e abandonar os estudos requer um investimento financeiro e de tempo, ambos cada vez mais preciosos.

A orientação vocacional implica na análise da relação entre as características individuais e as exigências ocupacionais de uma dada profissão, seu percursor foi Juan Huarte um médico espanhol que em 1575 introduziu a visão de que para orientar um sujeito ao exercício de uma profissão primeiramente é necessário conhecer suas aptidões, capacidades individuais que se distinguem de uma pessoa para outra, e então verificar quais os ramos da ciência melhor correspondem tais aptidões.

Muitos avanços ocorreram desde então, como por exemplo, aliar estudos da sociologia, economia e psicologia dentro do processo da orientação vocacional de modo denso e sério a ponto comporem diferentes e meticulosas elaborações de testes psicológicos.

Assim, um psicólogo habilitado pode realizar uma melhor combinação de estratégias para cada indivíduo que busca a orientação vocacional, com a utilização de entrevistas, ferramentas e testes psicológicos mais adequados, na intenção de enriquecer o processo de orientação vocacional e embasar teoricamente a orientação desta escolha, que tem duração de cinco a nove sessões.


O modo sistemático e eficaz da utilização de instrumentos de avaliação psicológica para a orientação vocacional consiste na investigação de interesses, aptidões, personalidade e os níveis de maturidade para a realização da escolha; o que for expresso pelo paciente será analisado e esta análise apontará a uma carreira profissional mais indicada mediante suas particularidades.

Relação entre avós filhos e netos

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Estou gestante pela segunda vez e dedico este texto aos queridos: Walmir de Oliveira (pai), Ana Maria Ribeiro de Oliveira (mãe) e Therezinha de Jesus (sogra) em agradecimento ao amor e dedicação, à paciência e ao crescimento pessoal e transformação que nossa relação entre pais, sogra, avós, filha e nora segue e seguirá em constante metamorfose. 

Tornar-se avô ou avó é estar conectado com um novo mundo. Em meio a novas gerações surgem também as discordâncias que variam das mais ferozes as mais tênues, tensão, sim ela vai existir tal como em qualquer outro relacionamento. Administrá-la de ambas as partes é importante pois as expectativas, os desejos e as frustrações que surgirão inevitavelmente em meio ao convívio entre pais e avós com o nascimento do primeiro bebê na família.


Tornar-se avô ou avó é entrar em uma nova fase da vida, assim como outros ritos significativos de passagem em nossa sociedade para cada novo estágio da vida – como a mudança do estado civil para um casal –, tornar-se avô ou avó representa um fato significativo, uma oportunidade de ser e estar presente de modo marcante na vida de um serzinho especial, fato empolgante que revela um relacionamento repleto de peculiaridades.


Eles amarão os netos, sim, são mais experientes e de fato têm a oferecer na partilha de suas vivências, mas o que incomoda é a imposição, uma insistência para que os pais sigam o que eles dizem. Compartilhar sem obrigar ou cobrar que se reproduza a criação tornará a convivência harmoniosa, já que o modo de criar os filhos muda muito de uma geração para outra, e as divergências causam e causarão inevitavelmente conflitos.

A você, mãe ou pai, respire e antes de explodir, exponha seu ponto de vista em tom cordial de modo que inevitavelmente a decisão final seja sua, dos pais. E aos avós, eles terão um breve caminho a percorrer para compreenderem qual é o lugar, a postura e os limites que hão de cerca-los porque o cuidado será sempre compartilhado, mas a responsabilidade caberá aos pais.

Muitos dos avós, hoje em dia, são jovens com vida social ativa, e muitos ainda trabalham fora. Mesmo assim, tornar-se avô ou avó é uma oportunidade de manter-se contato com uma nova geração e ideias. Os avós descobrirão sempre novos métodos para cuidar dos netos, novos jogos e brinquedos, livros, interesses e passatempos. Já aos que têm dificuldades para lidar com novidades... “mas no meu tempo....” jogo de cintura, esta resistência em fazer diferente traz a insegurança em saber se vai dar certo ou não, em arriscar ou não e as particularidades de cada um se sobressai.

Os lados positivos da experiência podem ser muito amplos. Ter netos pode dar aos avós um sentido da própria continuidade, a certeza de que a vida continua. A vida deles pode receber um significado e uma finalidade a mais, com a confiança renovada de que ainda são úteis e têm valor, e como têm.

Psicoterapia para adultos

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A Psicoterapia é o período de acompanhamento e tratamento realizado pelo psicólogo clínico. O psicólogo irá por sua vez instigar o paciente através da fala para expressar suas inquietações, angústias e queixas, o psicólogo irá avaliar e conduzir com perguntas aavaliação inicial e dar ao paciente uma devolutiva no que a psicoterapia poderá contribuir em cada caso.


A psicoterapia reaproxima o sujeito de situações que envolvem conflitos passados através de situações atuais, conduz o paciente a colocar as contradições em cheque, na intenção de que o paciente analise e reflita reconstruindo significados para transformar sua realidade. Assim, auxilia em conflitos que perturbem o equilíbrio e o bom desenvolvimento das atividades, devolvendo a harmonia e restabelecendo o bem-estar.


Qualquer pessoa está sujeita a viver situações de conflitos e sentimentos perturbadores, que geram questionamentos e/ou sofrimento emocional. O processo terapêutico, promove um movimento de questionamentos, análises e reflexões na intenção de transformar e reconstruir sentidos para mudar o olhar e a percepção do paciente, auxiliando a buscar novas maneiras de enxergar sua realidade e formas mais saudáveis de se posicionar diante de conflitos, problemas e situações de vida. 


O crescimento e o amadurecimento pessoal também é uma consequência da psicoterapia, haja vista de que são um lugar, um modo e um tempo privilegiado de criar intimidade consigo mesmo, de estabelecer diálogos construtivos e transformadores.

Avaliação psicológica no contexto da cirurgia bariátrica

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A cirurgia bariátrica é uma intervenção cirúrgica e deve ser considerada a última opção de tratamento para a obesidade, devido aos riscos que devem ser considerados menores diante da gravidade do quadro de saúde global do paciente, o qual deve ser avaliado e identificado por uma equipe de saúde composta por diferentes profissionais, médico cirurgião e/ou endocrinologista, médico anestesiologista, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, conforme a Portaria nº 492 do Ministério da Saúde, de 31 de agosto de 2007.

A obesidade ocorre em função do balanço energético positivo, ou seja, quando  a   ingestão  de   nutrientes   supera   o  gasto  energético, segundo  Dâmaso, et al.  (2009). Classifica-se a obesidade em dois grandes grupos, sendo:

1.    Exógena: causada por fatores externos ao indivíduo, como, por exemplo, hábitos alimentares inadequados, estresse, sedentarismo, fatores culturais e condições de trabalho.
2.    Endógeno: causada por fatores diretamente relacionados ao indivíduo, como, por exemplo, gravidez, menopausa, fatores genéticos e distúrbios hormonais.

A Organização Mundial de Saúde, (OMS) define como preditor internacional da obesidade o índice de massa corporal (IMC) para a verificação do peso ideal, sendo este a divisão da massa corporal em quilos pela altura em metros ao quadrado, (IMC= Kg / m²) fórmula desenvolvido pelo belga Lambert Adolphe Jacques Quételet, em 1835.
  
Mediante a portaria nº 492, de 31 de agosto de 2007, cabe citar os tipos de cirurgia bariátrica, sendo: 
1. banda gástrica ajustável; 
2. gastroplastia vertical com banda; 
3. desvio com Y gástrico de Roux (sendo esta a técnica mais utilizada em todo o mundo); 
4. derivação bilio-pancreática ou Switch Duodenal. A forma de realização destas pode ser ou por via direta (aberta) ou via laparoscópica (fechada).
 

Critérios de indicação à cirurgia bariátrica

Cabe destacar os critérios para a indicação à cirurgia bariátrica seguindo a portaria nº 492, de 31 de agosto de 2007, observa-se que os três primeiros critérios qualificam a inclusão e os três últimos deverão ser reavaliados posteriormente, a não ser que haja cumprimento.

1. possuir o IMC maior ou igual a 40,0; 

2. possuir o índice de massa corporal (IMC) entre 35 e 39,9 caso o paciente apresente complicações de saúde tais como: hipertensão arterial, diabete, dislipidemia, doenças articulares degenerativas, outras doenças determinadas pela obesidade; 

3. evidência de insucesso no tratamento clínico realizado há, pelo menos, dois anos; 

4. garantia do apoio familiar em todas as etapas do tratamento; 

5. compromisso com  avaliação  pré-operatória  rigorosa (psicológica,  nutricional, clínica cardiológica, endocrinológica, pulmonar, gastroenterológica, anestésica, laboratorial e por imagem); 

6. compromisso consciente do paciente e familiares em participar de todas as etapas da programação.

Critérios da NÃO indicação à cirurgia bariátrica

Cabe destacar os critérios para a exclusão à cirurgia bariátrica seguindo a portaria nº 492, de 31 de agosto de 2007. Os critérios de NÃO indicação são a evidência de qualquer um dos itens abaixo:

1. psicose; 
2. tentativa prévia de suicídio; 
3. presença de bulimia; 
4. dependência de álcool e outras drogas; 
5. doenças associadas que aumentam o risco cirúrgico; 
6. idade menor que 16 e maior do que 65 anos; 
7. desajuste familiar impeditivo.

Em virtude da alta complexidade do processo cirúrgico e da incidência de doenças físicas e transtornos psicológicos associados à população obesa, a portaria fragmenta o procedimento da cirurgia em três grandes blocos, são eles: preparo pré-operatório; procedimento cirúrgico; acompanhamento pós-operatório. Destes, o primeiro bloco é fragmentado em três fases: fase inicial, fase secundária e fase terciária.

Dos três grandes blocos citados acima pela portaria, me cabe ressaltar aqueles em que a Psicologia atua: no pré-cirúrgico, nas fases inicial (avaliação psicológica) e secundária (acompanhamento multidisciplinar) e no pós-cirúrgico.

Aqui vou mencionar a avaliação psicológica, neste diagrama fica mais fácil e didático vislumbrar a dinâmica dos atendimentos e sua sequencia.



A conclusão do parecer psicológico equivale à análise quantitativa e qualitativa dos dados obtidos nos três primeiros momentos, apontando o parecer final como favorável ou desfavorável à cirurgia bariátrica.

Cabe ressaltar que o laudo deve ser elaborado conforme a resolução do Conselho Federal de Psicologia de n.º 017/2002. A finalização da avaliação psicológica para o pré-operatório no contexto da cirurgia bariátrica deve estabelecer o encerramento. Se necessário, tirar alguma dúvida do paciente que tenha permanecido.

A avaliação sugerida resulta em uma investigação minuciosa e criteriosa quanto a: anamnese, expectativas quanto à cirurgia, aplicação de testes psicológicos para verificar a estrutura de personalidade do paciente, funções psíquicas, comportamentos depressivos, distúrbios na autoimagem, uso abusivo de substâncias lícitas ou ilícitas, investigação quanto a transtornos alimentares através de testes específicos, relacionamento familiar, estágios de motivação para prática de atividade física, dentre outros aspectos subjetivos. A elaboração e criação desta sugestão de protocolo não busca transpor o modelo biomédico à prática psicológica, muito menos enquadrar ou engessar o vasto e valioso campo da avaliação psicológica, mas sim ampliar parâmetros, criar estratégias para guiar novos passos, ir ao encontro da dialética, repensando a prática com bases científicas, para assim propor o aprimoramento da prática psicológica.
As intervenções psicológicas para o sujeito obeso devem considerar, identificar e mostrar ao paciente obeso as estratégias de coping por ele utilizadas enquanto estratégias comportamentais, buscando a ampliação do repertório de comportamentos e sentidos, otimizando o enfrentamento de angústias e ansiedades, trabalhando com o limiar de frustração para a diminuição de dificuldades e a resolução de situações compreendidas como estressantes e conflituosas.
___________
BRASIL. Lei no 4.119 de 27 de agosto de 1962. Dispõe sobre os cursos de formação em Psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo. Diário Oficial da União, Brasília, 05 set. 1962. 

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 492/SAS/MS, 31 de agosto de 2007. 

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, resolução n.º 017/2002.  

CUNHA, J. A. et al. Psicodiagnóstico – V. 5.ed. revisada e ampliada. Porto Alegre: Artmed, 2000.

DÂMASO, A.; GUERRA, RL; BOTERO, JP; PRADO, WL. Etiologia da obesidade. In: Damaso A. Obesidade. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009, p.3-6.

FIGHERA, J.; VIERO, E.V. Vivências do paciente com relação ao procedimento cirúrgico: fantasias e sentimentos mais presentes. Rev. SBPH, Rio de Janeiro, v.8, n.2, dez. 2005.
GARRIDO JR., A. B. (Org.). Cirurgia da obesidade. São Paulo: Atheneu, 2004.
 
LEMONT, D; MOOREHEAD, MK; PARSH, MS; RETO, CS; RITZ SJ.  American Society of Metabolic and Bariatric Surgery. Suggestions for the pre-surgical psychology assessment of the bariatric surgery candidates. October 2004. 
LEAL, Cristiano Waihrich; BALDIN, Nelma. O impacto emocional da cirurgia bariátrica em pacientes com obesidade mórbida. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul,  Porto Alegre,  v. 29,  n. 3, Dec.  2007. 
MACHADO, Adriane Picchetto; MORANA, Valéria Cristina. Manual de Avaliação Psicológica, Curitiba : Unificado, 2007.  
MOLINER, Juliane de; RABUSKE, Michelli Moroni. Fatores biopsicossociais envolvidos na decisão de realização da cirurgia bariátrica. Psicol. teor. prat.,  São Paulo,  v. 10,  n. 2, dez.  2008. 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Obesidade: pre- venindo e controlando a epidemia global. Genebra: OMS, 2004. (Relatório da Consultadoria da OMS). Tradução: Andréa Favano; revisão científca: Sérgio Setsuo Maeda. São Paulo: Roca; 2004. 

Ruschel, P.P., Daut, P.E., & Santos, M.F. (2000). Grupoterapia na Redução de Complicações Pós-Operatórias em Cirurgia Cardíaca. Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar. 2 (3), 57-60. 
SANTOS, F. C. G. Magro: e agora? Histórias de obesos mórbidos que se submeteram à cirurgia bariátrica. São Paulo: Vetor, 2005.
 
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VALLEY, V., & GRACE, D. M. Psychosocial risk factors in gastric surgery for obesity: Identifying guidelines for screening . International Journal of Obesity, 22, 1987. p. 393-398.

A dor e a delícia da sinceridade

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Vivemos em busca da felicidade, mas o que há são momentos de felicidade, de contemplação com algo maior. Um erro inato, cultivado por contos de fada, é o de crescer acreditando que viveremos para sermos felizes para todo o sempre. Este estado constante de êxtase da felicidade é utópico e que só a fuga através de artifícios poderia nos auxiliar minimamente, como compulsões lícitas... alimentos, compras, bebidas, sexo. – Sim, há também drogas ilícitas, das quais nem vou citar aqui. – Ressalto, auxiliar minimamente, haja vista que a ambição de muitos é adquirir tudo aquilo que o dinheiro não pode comprar. Estes artifícios nos proporcionam pequenas conquistas que refletem em um estado de bem-estar, mas não de felicidade.


Foto: NY, Sagmeister & Walsh
Sim você pode estar feliz por ter adquirido um celular de última geração, ou uma smart tv 4K 3D HDR, ou um carro que tanto almejava ou ainda todas estas possibilidades e ainda sim, sentir-se vazio. Postar as melhores fotos em seu instagram, ou em seu facebook, ou em seu snapchat para que seja reconhecido, ganhe “likes/curtidas” por seu trabalho, por suas escolhas adequadas, que a sociedade e a família esperam que você tome. Em uma vida guiada por escolhas e expectativas de terceiros, quando seu desejo mais sincero seria gastar todo o seu dinheiro e ir surfar no Havaí. As escolhas nos conduzem, e nos consomem.

Ser ou não ser fruto das próprias escolhas em meio a dor e a delícia de ousar? De ser honesto consigo mesmo? É preciso coragem para dar um passo diante dos próprios desejos para que se tornem realidade. Quem não ousa não vive, apenas caminha guiado pelas expectativas alheias.

Os conflitos irão surgir, dúvidas, ponderações, incômodos. Bem-vindo a vida! Se você consegue conviver com seus próprios questionamentos sem se utilizar constantemente de artifícios, sejam eles lícitos ou ilícitos, para buscar uma felicidade camuflada, então você é saudável!

Saúde mental é um estado sadio do ser, um estado de bem-estar mental e não necessariamente normal. Até porque a vida na atualidade quase não tem nada de normal. É estar apto a lidar com as adversidades, com confiança, sem temer o que está por vir. A organização mundial de saúde, considera que saúde “é o estado completo de bem-estar físico, mental e social”, e não apenas a ausência de doenças ou conflitos.

Considero a vida uma montanha russa com altos e baixos, as adversidades nos incomodam primeiramente, mas é justamente por elas nos chacoalharem que proporcionam questionamentos e mudanças. O que faz a diferença é a habilidade de cada um em lidar com as adversidades, com os tapas que a vida dos dá. O modo como reagimos e enfrentamos fala muito sobre nosso estado de saúde mental. Por isso não menospreze sua dor, seu sofrimento e não receie em buscar ajuda profissional, cada um sabe a dor e a delícia de suas escolhas, mas sobretudo de seu desamparo diante de não conseguir em ir em frente com seus próprios desejos.

O ato de comer

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Comer além de nutrir é um ato de união, de comemorar algo com alguém e sobretudo de prazer. Colecionamos ao longo da vida inúmeras recordações gustativas e histórias em torno das comemorações e datas festivas. Preferências, pratos e guloseimas dos mais variados que marcam a infância e diferentes gerações. Assim os hábitos alimentares nos constituem e reafirmam a imagem pessoal, a identidade de si mesmo e da cultura a qual pertencemos. Sim! O que você come, o modo como lida com o alimento e como ele se faz presente em sua rotina diz muito sobre você!

O que se consome varia em uma infinidade de opções e combinações, dentre muitas técnicas de preparo, modo de ingestão e de ir à mesa aliado à diferentes crenças, tradições e outras questões culturais. No ato de comer e também de compartilhar a comida surgem laços, histórias e se constroem outras.

Os hábitos alimentares passam a incomodar e chamar atenção quando se perde o controle e a decisão diante do ato de comer e o que é ingerido. Assim, a alteração no desejo com a falta de controle se mesclam e se constituem sob um prisma nada saudável envolvendo grande sentimento de culpa, que se mantido em longo prazo, tende a se caracterizar em alterações no comportamento alimentar, no humor, na autoestima, e até no metabolismo.

Geralmente estas alterações no comportamento alimentar são multicausais, tais como: reflexo à vivências e adversidades na rotina do sujeito, alterações na imagem corporal, situações pós-traumáticas, hábitos alimentares familiares, estilo de vida, traços de personalidade de ansiedade e histórico pessoal, comorbidades a transtornos mentais e físicos, reações a tratamentos de saúde e até a medicamentos que podem influenciar e interferir no metabolismo.

Assim, diferentes transtornos alimentares passam a se constituir, como anorexia, bulimia, compulsão alimentar periódica, transtorno alimentar sem outra especificação e obesidade. Todos são divergentes e possuem suas especificidades no curso de sua manifestação. O que requer avaliação de profissionais capacitados para tal.

A avaliação psicológica em casos com suspeita de transtornos alimentares e obesidade consiste em avaliar o perfil psicológico com entrevistas e testes, escalas alimentares, o estilo de vida, histórico familiar, hábitos alimentares, comportamentos desadaptativos e de adequação diante de situações de conflito para o paciente em sua rotina.

O curso do tratamento muitas vezes requer o envolvimento de outros profissionais de saúde além do psicólogo, tais como clínico geral ou endócrino, gastro, nutricionista e educador físico. Pois as causas geralmente são múltiplas e assim requer diferentes olhares para compor a complexidade necessária de cada caso.

Quanto ao acompanhamento psicológico, é imprescindível a disposição do paciente em analisar e revisar, junto ao terapeuta, estratégias comportamentais e ressignificar sentidos, a fim de consolidar transformações não só na sua relação com a comida mas também com o mundo que o cerca.


Psicologia e obesidade

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Haja vista que já escrevi em outros textos neste site que a obesidade é uma doença crônicaque envolve profissionais de diferentes áreas da saúde, em razão de sua complexidade – quero aqui focar a obesidade enquanto um fenômeno psíquico, e o quanto a Psicologia têm a contribuir para a compreensão da obesidade. 


O humano é um ser insatisfeito, cheio de dúvidas, que tenta alcançar o controle sobre os eventos e situações que ocorrem em sua vida. Assim, formula e atribui significados à questões silenciosas, abstratas de problemas e situações do cotidiano de cada um. Estes significados tomam formas diferenciadas, condutas e respostas diferentes para muitas questões, e se tornam concretas, tomam corpo, se mostram pelo corpo, pela decisão.


Interrogando um dos aspectos do corpo, pondo em cheque a obesidade, vários caminhos são possíveis ao se questionar, “Você tem fome de quê?”. Tal como diz a música, esta é uma interrogação genuína e de primária necessidade: a fome.

O vínculo entre obesidade e distúrbio emocional é mencionado na Medicina no século XIX, na literatura francesa, atribuindo-se o desenvolvimento da obesidade a períodos de grande estresse emocional em que se atribuía a palavra kummerspeck, que queria dizer ‘gordo de tristeza’. Hoje a obesidade é considerada uma epidemia.


As pressões externas ao homem geram, em algumas pessoas, um aumento de ansiedade e por um comportamento desadaptativo (coping) ao invés de haver um investimento de energia para lidar e resolver com o evento que gera a angustia e a ansiedade, busca-se um prazer oral e primário como fuga, a comida.


By Aaron Kaufman
Montreal, Quebec, Cana
O desejo (pulsão e o ato de comer, comer e comer) exagerado surge do afastamento entre a necessidade (o necessário para nutrir o corpo, quantidade) e a exigência (a escolha do que se come). Não é mais um objeto real que nutre, mas um modo de fuga e satisfação em demasia. O desejo se confunde com o instinto de satisfação imediata e desadaptativa uma vez que não se volta para a solução e controle do foco que gera a angústia, e se torna um comportamento contínuo e gera um hábito na rotina do sujeito.


Assim a psicoterapia tem uma função primordial e de extrema importância na intenção de desconstruir crenças e significados, na intenção de permitir ao sujeito o ato de ressignificar, de atribuir novos significados a eventos que geram angústias e desconstruir comportamentos e hábitos que há tempos interferem na saúde e na qualidade de vida das pessoas que estão engordando cada vez mais ou que já se encontram obesas.

Comportamento e obesidade

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OArtigodeRenataTomaz&DanielaS.ZaninipublicadonoScielochamado PersonalidadeeCopingemPacientescomTranstornosAlimentareseObesidade. As autorasrelacionamcomportamentossemelhantesentrediferentestranstornos alimentares:compulsãoedistorçãonapercepçãodaimagemcorporal.Ressaltam questões sociais ecomportamentos específicos na obesidade e nas comorbidades, como ascardiopatias,nasquais,opreconceitopodecontribuirparaosurgimentode psicopatologias, depressão e transtornos ansiosos. 
 
A justificativa do estudo está na crescente incidência da obesidade e nos índices de mortalidade e morbidade de seu diagnóstico, pois de acordo com a American Psychiatric Associations, 2002, após 10 anos de diagnóstico de transtorno alimentar a mortalidade acompanha 10% dos casos, o índice dobra após 20 anos.

É sabido que o surgimento dos transtornos alimentares é multicausal e tem como base fatores sociais, biológicos e psicológicos. Por esta razão estudos anteriores ressaltam a eficácia das estratégias de coping, conceito definido por Lazarus & Folkman como estratégias cognitivas e comportamentais  que o sujeito expressa perante situações compreendidas como estressantes; e o coping desadaptativo, que possue o mesmo significado de coping, porém influi negativamente para a contribuição e o desenvolvimento de doenças (Jonge & Dormann, 2006; Schat, Kelloway, & Desmarais, 2005). Assim, compreende-se que o indivíduo pode vir a desenvolver transtornos psiquiátricos, dependendo do estilo de coping utilizado.

O estudo avaliou e analisou a utilização das estratégias comportamentais de coping e traços de personalidade na seguinte população: em pacientes com transtornos alimentares (anorexia, bulimia e transtorno de compulsão alimentar periódica), obesos e população geral.

Os traços de personalidade analisados foram: o fator de extroversão relacionado ao grau de sociabilidade e neuroticismo, conceito que inclui a estabilidade emocional e tendência a apresentar respostas de ansiedade de modo exagerado. Na investigação foram utilizadas a escala de traços de personalidade e a escala de atitudes alimentares para avaliar os traços de neuroticismo e de extroversão, o comportamento alimentar e análise posterior.

A amostra de sujeitos da pesquisa descritiva foi de 109 com a média de idade de 30 anos e meio, sendo 30 pacientes com transtornos alimentares, 30 sujeitos obesos e 49 sujeitos eram provenientes da população geral. O critério para a inclusão foi possuir diagnóstico por médicos psiquiatras e endocrinologistas de transtornos alimentares e obesidade.

No teste de personalidade as perguntas foram respondidas em modo de escala mediante o nível de concordância, desta forma foram agrupadas as estratégias de coping em dois conjuntos: coping aproximativo com a finalidade de solucionar a situação estressante e o coping evitativo com a finalidade de controlar as emoções sem enfrentar a situação de estresse demonstrando maior aceitação e buscando recompensas para descarregar o incômodo gerado.

A média da idade para os sujeito foi de 30,57 anos e o estudo realizado foi descritivo e de comparação entre a personalidade, estratégias de coping  e atitudes alimentares da população com transtornos alimentares x população geral. Verificou-se que indivíduos com maior extroversão têm maior busca de gratificação alternativa e maior estratégias para enfrentar seus problemas. Com relação ao neuroticismo, a descarga emocional explica a presença de atitudes alimentares de risco, pois necessita de alívio emocional para o enfrentamento das situações estressantes, o que caracteriza o sujeito com um transtorno alimentar. Pacientes com transtornos alimentares e com obesidade utilizam de mais estratégias de coping desadaptativo, pois necessitam de descarga emocional (por exemplo, o choro ou outra expressão comportamental das emoções sobre objetos ou pessoas) do que a população geral.

O estudo mencionado confirma a escala de atitudes alimentares EAT-26 como bom instrumento de triagem para a identificação da presença de indícios de transtornos alimentares.

As autoras ressaltam que os transtornos alimentares também são influenciados por traços de personalidade, um deles é o neuroticismo, que requer a descarga emocional voltada ao alívio da angústia causada pela situação estressante, não ocorrendo um investimento direcionado para a resolução da situação geradora da angústia. Um perfil de personalidade que pode ser um fator de risco em si para o desenvolvimento de problemas psicológicos, mais especificamente para o desenvolvimento de transtornos alimentares, conforme Zanini, 2003 e o estudo citado.

Assim, conclui-se que a ação da Psicologia deve estar focada para a reflexão no desenvolvimento do coping, enquanto estratégias comportamentais que visem não só a ampliação do repertório de comportamentos para a resolução dos problemas, como também na mudança da percepção em relação ao meio, na interação psicossocial do sujeito visando combater os traços de personalidade de neuroticismo.

Referência: TOMAZ, Renata  and  ZANINI, Daniela S.. Personalidade e coping em pacientes com transtornos alimentares e obesidade. Psicol. Reflex. Crit. [online]. 2009, vol.22, n.3, pp. 447-454. ISSN 0102-7972.  http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722009000300015.

Perseguição stalking

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Imagine-se em um constante estado de frenesi, tomado por uma sensação de prazer constante por ter encontrado uma pessoa que sempre foi idealizada, a pessoa certa e especial que irá suprir e retribuir todas as suas carências afetivas e sexuais. Embora você não a/o conheça, mas ainda assim, você ousa arriscar uma aproximação. Contos de fada, não?

Mas... e se este desejo fosse unilateral, sem qualquer retribuição, e a partir de então, pensa em muitas formas, loucuras e estratégias para uma interação forçada, para estar perto deste ser tão desejado... está deixando de ser lindo, já né?

Pois é, agora imagine-se procurando este ser em cada esquina, já que o nome desta idealização e projeção está gravada como um selo em seus pensamentos por obsessão e você já não tem forças para seguir com sua rotina e tarefas como antes, mesmo após recusas e desdém literalmente a pessoa tão amada e desejada não lhe quer nem pintado de ouro... agora sim, ficou feio né? Mas ainda assim, a perseguição continua através de telefonemas, SMS, acessar constantemente o facebook, Whatsapp, Linkdin, e tantas outras formas de redes sociais, criar outros perfis falsos na intenção doentia de forçar um contato....  Identificou-se ou identificou alguém?

O nome deste tipo de comportamento é definido como stalking(perseguição) Originário do verbo inglês "to stalk", tem como significado literal "atacar à espreita", “Stalker” se refere ao perseguidor e a vítimaé a pessoa perseguida. Um fenômeno também conhecido como síndrome do molestador, e o tema tem sido muito discutido por psiquiatras, psicólogos e juristas.

A vítima pode ser desde um artista famoso à um vizinho... nutridos por mecanismos inconscientes do "Stalker”, um mecanismo de defesa chamado projeção, em que se projeta na vítima desejos e particularidades de perfeição e sentimentos de possuir a vítima a qualquer custo... um sofrimento que oscila com momentos de frenesi, amor e ódio, para com amor platônico em meio a raiva, agressividade, solidão e inaptidão social, baixa tolerância à frustração, podendo ser classificado também como patologia do apego.

Para o “stalker” o flerte, a aventura aumentam, como um estado de euforia ou de hipomania, com pensamentos obsessivos que oscilam entre o prazer da conquista, e delírios quando o "stalker" chega a perder à crítica e a noção do limite.

Estima-se que muitas pessoas em algum momento da vida, já tenha sido incomodada por um "stalker". Os mecanismos que levam o sujeito a perseguir ainda não são muito claros, mas existem estudos empíricos apontando para a incapacidade de lidar com as perdas da infância e da idade adulta. O que se sabe é que, diante de uma recusa da parte da vítima, aumenta a necessidade do desejo de proximidade do "stalker", o qual passa a desenvolver estratégias repetidas e indesejáveis só para manter contato: suas ações em geral são exageradas (telefonemas, mensagens numerosas e incansáveis, busca por redes sociais, envio de presentes anônimos - ou não - pelos correios, dentre outras, e até mesmo perseguição literal, seguindo a vítima ao trabalho, até a casa, etc.), e fazem com que a vítima sinta medo, angústias dada a invasão de privacidade. Comportamentos que beiram ou chegam a configurar um assédio moral e sexual.

As formas como o perseguidor busca atenção são complexas, e para o “stalker” pouco importa se suas atitudes possam vir a ser molestadoras ou ilícitas. Partindo dessa complexidade, as manifestações podem até ser consideradas agradáveis para o senso comum (mandar flores, presentes etc). Porém, o limite entre o que é aceitável ou não, é justamente a determinação insistente por parte do “stalker”, sem considerar os interesses da vítima.

Embora não exista um perfil psicológico pré-definido para o “stalker”, pesquisadores identificaram cinco padrões comportamentais diferentes: o ressentido ou invejoso, o carente de afeto, o cortejador incompetente, o rejeitado e o predador. Porém, os rejeitados (típico amante abandonado) seja a categoria mais comum.

Contudo, o apoio psicológico para o "stalker" requer também o acompanhamento psiquiátrico, na intenção de uma intervenção medicamentosa que abarque e interfira nos pensamentos obsessivos e para a diminuição e controle de comportamentos de perseguição. Para os "stalkers", o tratamento poderá ser eficaz se os profissionais entenderem as motivações e os distúrbios que os conduzem à perseguição.

É importante também atentar à necessidade de atendimento e apoio psicológico às vítimas, que após uma experiência como essa, geralmente apresentam quadros de depressão ou estresse pós-traumático, o que repercute negativamente em suas vidas social e profissional.
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fonte de consulta:


 

Mania de arrancar cabelos

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Um comportamento impulsivo, que leva a pessoa a puxar e remover os fios de cabelo, e aos que o comem após arrancá-los é denominado (tricofagia). Nem sempre o alvo são os fios na cabeça, os pelos de outras partes do corpo também podem ser arrancados – sobrancelhas, cílios, barba, e de outras partes do corpo sem controle, levando um ritual de prazer por horas afinco.

Uma circunstância que geralmente leva a pessoa ao constrangimento e a vergonha, em admitir o evento é ainda pior. O cotidiano traz o isolamento social, o que tende a agravar ainda mais o problema. 

O início e a manifestação, geralmente se dá na infância, ou após algum acontecimento estressante ou traumático. A criança, não sabendo se expressar verbalmente uma angústia que perdure, por alguma razão especial, acaba por reagir de modo auto agressivo puxando os cabelos e por vezes comendo.

Com o passar do tempo este comportamento de transforma uma fuga da angústia e passa a gerar uma espécie de vício e prazer. Muitos dizem sentir tensãoeansiedade, seguidos por um grande alívio ao arrancar os fios. 

Normalmente, procura-se por fios dentro de um critério específico, área do corpo definida, com uma textura ou comprimento determinados, que pareçam arrepiados ou fora do lugar, que sejam brancos ou mais claros/escuros que os demais). 

A psicoterapia envolve o paciente de modo a resgatar o histórico e entender o evento, com a intenção de compreender estes impulsos que ansiosamente conduzem a uma fuga, procrastinando o enfrentamento e promovendo momentos de auto-sabotagem do sujeito a diferentes circunstâncias de sua vida.

Orientacao sexual

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Quando somos conscientes de que a nossa orientação sexual é distinta da heterossexualidade, entramos num conflito interno de forma a definir aquilo que sentimos. limitar o seu sentimento a um simples conceito pode tranquilizar a muitos, assim como enumerar as suas diferenças. Existem vários conceitos, conheça os mais comuns.

Tipos de orientação sexual

1.     Heterossexualidade
Atração  sexual e afetiva por pessoas de sexos opostos.
2.     Homossexualidade
Atração sexual e afetiva por pessoas do mesmo sexo. 
3.     Bissexualidade
Atração sexual e afetiva por pessoas tanto do mesmo sexo como do sexo oposto. 
4.     Transexualidade
Transexual é a pessoa que não se sente identificada com o seu corpo e o seu gênero psicológico não corresponde ao físico. Pode acontecer em homens que se sentem mulheres ou mulheres que se sentem homens. 
5.     Pansexualidade
Refere-se a uma pessoa que é atraída por qualquer orientação sexual ou identidade de gênero.
6.     Assexualidade
Pessoas assexuais não sentem atração física ou sexual, elas não têm o desejo pelo prazer sexual, pelo que não se identificam com nenhuma orientação sexual definida. Não é habitual que se apaixonem ou tenham um namorado/a. Tendem a criar um laço afetivo com alguém ainda que não implique que tenham uma relação sexual.

Amor platônico

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Não tem coisa mais solitária do que amor platônico, amar em silêncio, proibido, sem tomar qualquer atitude. Acordar e dormir em uma felicidade solitária. Sonhar acordado com o momento de se deparar com a pessoa amada, que faz vibrar uma felicidade tamanha a ponto de suspender a respiração. A idealização perfeita, construída e polida diariamente por quem ama. Uma projeção a qual se deposita no ser amado, características, desejos e atributos dos quais se almeja naquele(a) que supostamente caiu do céu, a metade da laranja. Mas além desta magia, quero ressaltarqueeste amor é capaz de fazer sofrer e procrastinar afazeres para devanear e refletir um vazio.

O poema abaixo de Fernando Pessoa expressa bem a ideia do amor platônico.


Amor Platônico

Eu sou apenas alguém
ou até mesmo ninguém
talvez alguém invisível
que a admira a distância
sem a menor esperança
de um dia tornar-me visível
e você?
você é o motivo
do meu amanhecer
é a minha angustia
ao anoitecer
você é o brinquedo caro
e eu a criança pobre
o menino solitário que quer ter o que não pode
dono de um amor sublime
mas culpado por querê-la
como quem a olha na vitrine
mas jamais poderá tê-la
eu sei de todas as suas tristezas
e alegrias
mas você nada sabes
nem da minha fraqueza
nem da minha covardia
nem sequer que eu existo
é como um filme banal
entre o figurante e a atriz principal
meu papel era irrelevante
para contracenar
no final.

(Fernando Pessoa)


A nostalgia desta fantasia amorosa, um sonho que se sonha sozinho. Uma beleza e algo puro que dói intensamente porque se tem a ideia de que o outro irá me completar. Tal como duas metades, mas as pessoas são inteiras. A construção do “e foram felizes para todo o sempre” não condiz no mundo real. Em algum momento, surge uma mágoa, uma briga, ciúmes, dentre outros, dos quais pessoas “inteiras” conseguem superar e amadurecer e fortalecer a própria relação. Já no amor platônico nada disso existe, porquê estamos falando um sentimento que não é permitido, ou que o sujeito que ama não se permite amar de outra forma.

O amor platônico, traz à tona o medo de se machucar nas relações que envolvem o afeto. Que vínculo tão importante despertou uma mescla de amor através do desprezo? Analisar as possibilidades e refletir através de lembranças e recordações, que irão certamente elucidar feridas importantes para serem cuidadas e tratadas através da psicoterapia que pode desta forma auxiliar e ajudar a superar o sofrimento causado por um amor que é fadado a um vazio sem tamanho e permitir que este afeto seja direcionado de modo mais saudável e assertivo, viver o afeto e não só idealizá-lo.

Gestação

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A maternidade começa quando se toma consciência de que há um ser sendo gerado no ventre, e a partir daí, muitas mudanças psicológicas irão ocorrer ao passo em que segue a gestação. Além de filha e mulher, agora passa a ser mãe. Este novo papel social e mudança de identidade envolvem disponibilidade psíquica, ou seja, pensar, viver, desfrutar, contemplar, planejar, trabalhar a aceitação versus rejeição, dentre outras demandas que invadem os pensamentos e consomem a mulher que espera um bebê.

As fantasias estão centradas na privação e na mudança de hábitos de vida, ansiedades e cobranças para manter e conciliar tarefas do cotidiano, na castração de sonhos que serão possivelmente adiados, ser ou não ser uma boa mãe, repetir ou não a referência materna experienciada, enfim, dúvidas angustiantes tomadas por sentimentos contraditórios que podem ativar conflitos e sentimentos inconscientes.

A fragilidade psíquica da gestante é real. A psicoterapia é uma ferramenta que pode promover reflexões assertivas em um período mágico na vida da mulher. Colocar em questão sentimentos perturbadores, e repensá-los no prisma da psicoterapia é atribuir novos sentidos, buscar equilíbrio necessário para seguir em frente fortalecendo e integrando aspectos da mente. A psicoterapia individual é também uma alternativa.

Muitos estudos científicos e a experiência clínica no trabalho com gestantes mostram que os cuidados terapêuticos durante a gestação promovem maior autoconsciência para a maternidade, contribuem para melhor disposição de enfrentamento e preparo, colaboram para um resultado satisfatório na hora do parto e no pós-parto e auxiliam nos cuidados e no desenvolvimento do relacionamento mãe e bebê.


Como lidar com a rejeição

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A frustração e o modo como lidamos com a rejeição fala muito a nosso respeito. Uns choram, uns se culpam, outros insistem de modo incansável até se tornarem indesejáveis, alguns não se incomodam e partem para outra. O saudável é que haja um momento de tristeza, já que houve um investimento afetivo o qual foi rejeitado, mas que, em poucos momentos ou em alguns dias, seja superado. Sim este é o caminho saudável, mas e quando este sentimento de tristeza pela rejeição persiste e sufoca?

Rejeição – nas relações interpessoais é o processo pelo qual se considera uma pessoa destituída de valor, incompatível com determinada categoria ou inadmissível como objeto de sentimentos de afinidade ou de vinculação. A rejeição raramente é absoluta, ou como tal reconhecida, manifesta-se antes de maneira indireta: críticas excessivas à pessoa rejeitada, comparações tendenciosas, falta de atenção pela presença, ou palavras da outra pessoa ou outras demonstrações de hostilidade.

Trocando em miúdos... a rejeição já fez parte na vida de todos nós, sentida em diferentes momentos e fases, seja na demissão de uma ocupação profissional em que o sujeito sempre demonstrou empenho e dedicação, seja em um relacionamento afetivo não correspondido, uma amizade, um amor ou um vínculo profissional importante ou o tão sonhado concurso, dentre outros.

Normalmente procura-se um alguém para dividir este sentimento, mas as vezes a dor é tanta que parece que ninguém entende. Não se trata de uma postura de se vitimizar, mas sim uma fragilidade e limitação em lidar com seus próprios sentimentos, com as restrições, com o não, com situações que trazem à tona o sentimento de fracasso e de se culpabilizar pelo ocorrido.


Haverá momentos em que você sentirá uma verdadeira dor ao comprovar que alguém que era muito importante para você deixou de sentir o mesmo. Deixou de reconhecer-lhe, de precisar de você.

Curar esta dor por esta descoberta requer tempo mas, por sua vez, devemos nos lembrar sempre de que o maior amor de nossas vidas deve ser sempre o amor próprio. Se você mesmo não se ama e não se respeita, não será capaz de abrir a porta para outras oportunidades. 

Na imprevisibilidade da vida, daquilo que não é esperado, no susto do imprevisível somos sacudidos por um choque, que muitas vezes ninguém se prepara para vivê-lo, embora haja esta possibilidade, a rejeição sempre nos ensina a um processo de superação, seja ele dolorido ou não, demorado ou não. Mas se persistir à longo prazo e impedir com que sejam realizadas suas atividades diárias, não hesite em buscar ajuda profissional.

psicoterapia contra obesidade

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A psicoterapia auxilia na perda de peso baseada na análise da modificação de comportamentos associados ao estilo de vida do paciente, cujo objetivo é programar estratégias através de particularidades, angústias e razões que conduzem o paciente à busca de prazer imediato, neste caso, o alimento. Desta forma, a psicoterapia auxilia no controle de peso, reforçando a motivação com relação ao tratamento, evitando recaídas e o consequente ganho de peso posterior.

Com a psicoterapia é possível identificar as razões pelas quais antecedem e conduzem o paciente a comer compulsivamente, equívocos e pensamentos quanto a alimentação, peso e aspectos corporais, sentimentos quanto ao corpo e autoimagem facilitando o processo de autoconhecimento e controle dos estímulos esclarecendo problemas relacionados ao excesso de peso.

Psicólogo e paciente devem identificar problemas ao excesso de peso, como o histórico da obesidade em sua trajetória de vida, traumas, relação com perdas, dificuldade em aceitação de adversidades e mudanças de planos, buscando assim possíveis soluções aos problemas na percepção do paciente e trazendo à consciência razões que justifiquem a modificação do comportamento individual, auxiliando o paciente ora a manter o peso e ora a perdê-lo.

Modificando crenças e alterando pensamentos, propondo uma reestruturação cognitiva, em que a idéia de perder o controle diante do alimento é algo concreto e absoluto, categorias de alimentos permitidos e outros proibidos, de forma que a ingestão de um alimento considerado “proibido” gera o entendimento de fracasso, tornando qualquer tentativa de controle subsequente mais difícil. “Já comi o que não podia mesmo, agora vou comer tudo que tiver direito”.

Assim há algumas categorias a seguir:
1.  Comer por  razões mais psicológicas do que por razões fisiológicas, dirigidas pela recompensa e não pela fome.
2.  Preocupação funcional ou psicológica pela comida;
3.  Percepção de falta de controle em torno do alimento;
4.  Desejos frequentes por comida;
5.  Aumento de peso ou dieta pouco saudável;
6.  Problema com um tipo específico de alimento.

Ilustração de Diogo Santos: https://www.behance.net/diogo_santos 
Alguns grupos de autoajuda que foquem muito no assunto de alimentos podem trazer à tona o aumento do desejo pela comida, por isso é importante a condução por um profissional de psicologia para torna-lo dinâmico e trate dos objetivo em comum, da mesma forma, a conduta na terapia para obesidade, deve ser conduzida por um psicólogo respeitando as particularidades de cada paciente, favorecendo assim o suporte social acrescido da família, haja vista a necessidade de mudança de hábitos de alimentação.

A motivação acontece no aconselhamento e no convite de considerar a situação da obesidade na intenção de identificar problemas e circunstâncias que impeçam a mudança de hábitos, sempre respeitando a autonomia do paciente.

Doente de amor

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Teoricamente, o amor é algo positivo, saudável que visa agregar qualidade de vida às pessoas, colaborando para o aumento do bem estar e da saúde física e mental.
É por meio deste sentimento que muitas coisas boas são construídas.
Infelizmente, em nome deste sentimento, muita destruição e tragédia ocorreram ao longo da história. Podemos citar como exemplo a Guerra de Tróia, que começou em função do fatídico amor de Paris pela bela Helena.
É necessário esclarecer, primeiramente o que se entende por amor doente (ou neurótico). Para Fromm (1973) O amor neurótico é caracterizado pelas “falsas concepções do amor” que levam os indivíduos a desenvolver comportamentos compulsivos e pensamentos obsessivos, bem como relações de dependência.
Este amor neurótico começa quando um indivíduo coloca “a vida nas mãos de alguém”, passando a se comportar em função do outro. Isto pode levar a um comprometimento da própria vida social, uma vez que em muitos casos, o indivíduo que “ama demais” tende a colocar a relação afetiva no centro de sua existência, como se nada mais existisse – lovecentrismo.
Para evitar esta armadilha é importante lembrar sempre que um relacionamento envolve mais de um indivíduo, com semelhanças e diferenças que devem ser respeitadas, portanto não é adequado deixar de viver de acordo com seus princípios para abraçar os princípios alheios. Isto não é amor, é dependência!
Esta dependência tem como desdobramentos: a ansiedade, o pensamento obsessivo e o ciúme patológico, que pode ser definido como manifestações desmedidas de controle sobre o outro.
É caracterizada por alguns pensamentos distorcidos e comportamentos obsessivos característicos:
Pensamentos:
  1. De controle ” Onde ele (ela) estará?”
  2. Leitura Mental: “Será que está pensando em mim”?;
  3. Insegurança: “Será que ele (ela) me ama de verdade?”;
  4. Onipotência: ” Tenho que fazer tudo o que posso para agradar”;
  5. Leitura mental: “ele (ela) deve estar sentindo minha falta”; “não ligou porque eu fiz algo errado”
  6. Catastrófico: ” eu morreria sem ele (ela)”;
  7. Generalização: “ele (ela) é tudo pra mim”, nunca mais vou amar ninguém assim”, “sem ele (ela) nada mais tem sentido”.
    etc.mportamentos:
Comportamentos:
  1. ar o parceiro, aberta ou secretamente; seja fisicamente ou por meio das redes sociais;
  2. Exigir que o parceiro mantenha contato, mesmo quando isto é impossível;
  3. Mandar muitas mensagens via celular, mesmo sabendo que o outro não quer, ou não pode responder;
  4. Perder a capacidade de tomar iniciativas, delegando ao outro a tomada de decisões sobre sua própria vida;
  5. Mesmo quando a capacidade de tomada de decisões está preservada, estas são tomadas visando a proximidade e/ou o bem estar do outro;
  6. Abrir mão de seus interesses particulares para “viver somente para o outro”;
  7. Distorcer o que o parceiro (a parceira) fala e faz;
Se você, ou alguém que você conhece vive este tipo de relação, é o momento de buscar ajuda psicológica, para aprender a amar com mais segurança, em busca de uma relação mais saudável, que possa ser vivenciada com mais alegria e segurança.
Referência
FROMM, Erich. A arte de amar. São Paulo. Martins Fontes. 1971
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